Doença enigmática que desafia a medicina, com cerca 85 milhões de portadoras no mundo, 6 milhões no Brasil.
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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dúvidas comuns sobre Endometriose

Quais os principais sintomas de quem sofre com a endometriose?

A grande maioria têm dismenorréia, ou seja, cólica menstrual, o primeiro e mais importante sintoma. Muitas vezes, são cólicas intensas que incapacitam as mulheres de exercerem suas atividades habituais. A dor pode ainda manifestar-se durante a relação sexual. Este é o segundo sintoma. Além desses sintomas, podem estar presentes a dificuldade para engravidar e alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação. Nos casos mais avançados, a dor pode ocorrer também fora do período menstrual.



Como diferenciar uma cólica normal da característica da endometriose?

Na verdade, não existe uma diferenciação muito clara porque há pacientes com endometriose e poucas cólicas durante a menstruação. Entretanto, o raciocínio é sempre orientar as mulheres a procurarem um médico quando tiverem cólicas com certa resistência a melhorar com remédios ou que as incapacite de exercer suas atividades normalmente.


A doença apresenta fatores hereditários, ou seja, se a minha mãe teve endometriose corro maior risco de apresentar a doença?

Alguns estudos apontam que existe um fator hereditário que deve ser levado em conta nos casos de endometriose. Entretanto, existem outros fatores de risco que devem sempre ser levados em conta, tais como a menstruação retrógrada, que leva o endométrio para a cavidade abdominal permitindo o desenvolvimento da doença no local. A imunidade da paciente também deve ser considerada, como o estresse e a ansiedade Isso vale para o câncer e vale para a endometriose. Por fim, deve-se considerar também o número de menstruações. Hoje, a mulher menstrua em média 400 vezes na vida, enquanto no começo do século passado menstruava apenas 40 vezes, porque a primeira menstruação ocorria mais tarde, ela engravidava mais cedo, tinha mais filhos e passava longos períodos amamentando.


A endometriose pode virar câncer? Há alguma relação comprovada entre ambos?

O mecanismo das duas doenças tem muitas similaridades. Sabe-se, porém, que a relação entre endometriose e câncer é muito pequena, em torno de 0,5% a 1% dos casos. Na verdade, apesar de não caracterizar uma doença maligna, a endometriose se comporta de modo parecido, no sentido de que as células crescem fora de seu lugar habitual. Embora, na maioria das vezes, esse crescimento não tenha conseqüências letais, acaba provocando muitos incômodos. Por isso, pesquisadores suecos apresentaram um estudo onde a endometriose foi associada pela primeira vez ao aparecimento de diversos tipos de cânceres, especialmente o de ovário. Especialistas do Hospital da Universidade de Karolinska em Estocolmo, Suécia, analisaram os dados de 63.630 mulheres, que tinham sido atendidas pelo Hospital com o diagnóstico de endometriose, entre 1969 e 2002. Os cientistas encontraram 3.822 casos de câncer entre mulheres com endometriose. Segundo o trabalho, a doença aumentou o risco da mulher desenvolver o câncer de ovário em 37% do grupo analisado, risco de um terço acima da população normal das mulheres sem a doença. Também foram registrados aumento no número de casos de tumores endocrinológicos (38%), de câncer renal (36%) e de câncer da tireóide (33%). Os pesquisadores investigarão se o tratamento hormonal ou cirúrgico da endometriose tem relação com o risco aumentado do câncer.

Há casos de endometriose com sintomas bem discretos enquanto outros são bem mais graves. Como posso classificar a doença?

A classificação da endometriose leva em conta a extensão da doença. A mais aceita foi elaborada por uma sociedade americana de fertilidade: Grau I: Mínina, Grau II: Leve, Grau III: Moderada, Grau IV: Grave.


A laparoscopia é, ao mesmo tempo, um teste de diagnóstico que avalia a extensão da doença e uma forma de iniciar o tratamento dela?

Depois que se faz uma análise da cavidade abdominal, dos pontos com comprometimento pela doença, procura-se ressecar sempre que possível os focos que se encontram nos ovários, trompas, útero, peritônio e intestino. Em relação aos cistos no ovário e no útero, a preocupação é retirá-los, mas preservando esses órgãos, uma vez que na maioria das vezes as pacientes são jovens e têm desejo reprodutivo. Através da laparoscopia conseguimos ressecar também os focos existentes no tecido que reveste a cavidade abdominal (peritônio) e outros mais profundos localizados nos intestinos, indicativos de casos mais graves e que demandam tratamento efetivo. Obviamente, a cirurgia aberta é também uma alternativa para remover as lesões de endometriose, mas a laparoscopia é o método mais utilizado para diagnóstico e tratamento dessa doença.


A endometriose provoca alterações no ciclo menstrual, estas alterações podem causar a infertilidade feminina?

A relação entre a endometriose e a infertilidade feminina pode manifestar-se em alguns casos. Pacientes em estágio avançado da doença e obstrução na tuba uterina que impeça o óvulo de chegar ao espermatozóide têm um fator anatômico que justifica a infertilidade. Além disso, algumas questões hormonais e imunológicas podem ser a causa para algumas mulheres com quadros mais leves de endometriose não conseguirem engravidar. Após o tratamento e, geralmente, a realização da laparoscopia, uma boa parcela das pacientes consegue engravidar, principalmente as mulheres em que as tubas não tiverem sofrido obstrução. É por isso que no final da laparoscopia, costuma-se injetar contraste pelo canal do colo uterino para ver se ele sai pelas tubas. A caracterização dessa permeabilidade tubária é um ponto a favor de uma gravidez que depende, entretanto, de outros fatores como a função ovariana ou a não formação de aderências depois da cirurgia, por exemplo.


Após a realização de uma laparoscopia bem sucedida, com a retirada de todas as lesões da cavidade abdominal, há riscos de reincidência?

Depois da laparoscopia, quando a doença está num estágio avançado, costuma-se indicar uma medicação para suprimir temporariamente a menstruação. São, geralmente, medicamentos que bloqueiam a função ovariana, durante três ou quatro meses, para a paciente poder se recuperar. Depois disso, há possibilidades da doença voltar a existir, porque o retorno da função menstrual pode determinar o reaparecimento das lesões. Por isso, em alguns casos, é preciso bloquear a menstruação por mais tempo e tomar cuidado depois das gestações para que não haja recidivas.


Fonte: www.minhavida.com.br/conteudo/1646-10-duvidas-comuns-sobre-a-endometriose


Adaptado por Endometriose Brasil

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